terça-feira, 13 de novembro de 2012

"Precisava me destacar pra alguém, mas desde que esse fosse você. E então, foi a partir daí, que o único olhar que eu gostaria de roubar, era o teu."
"revira
a volta
e vira
pra cá"
"Olha, eu sei que você andou cruzando esquinas a fim de uma pessoa que não era eu, só que não ligo. Essa coisa de orgulho e dignidade nunca foram comigo mesmo. E ainda que eles tenham levado pra longe tudo que você parecia ter de bom, eu não me importo de ficar com o amargo-azedo que restou. É mais do que tudo que já me pertenceu em quatro encarnações."

Mas se amanhã não for tão tarde

"Nós até parecíamos aqueles casais bonitos de filme, que as pessoas torcem pra ficar juntos no final, que os sorrisos combinam como se os rostos fossem alinhados em uma simetria previamente calculada, perfeita para fotos em álbuns de família. Naqueles dias em que achamos que a vida era pouco e que era bom de pensar “queria ter te conhecido desde sempre, desde que nasci. Perdi tanto tempo longe de você.” você me abraçava com tanta força que eu ficava com medo de escorrer por entre seus braços, e ficava com os olhos tanto tempo fechados, em beijos mais longos que as próprias horas, que eu até esqueci meu medo do escuro. Hoje a vida parece longa e o amor ficou só nas cartas e nos filmes, como um cartucho gasto antes do tempo, na hora errada, antes da hora. Me adiantei demais em dizer? Em querer, em pedir? Os dias agora passam pra lugar nenhum. Talvez passem pra algum lugar onde a vida seja realmente curta demais pra nós, mas passa direto pela gente, passa correndo. E agora ficamos aqui, pra trás, sem carona pra perseguir os dias que foram bons e os que seriam e não foram porque a gente cansou de correr. Mas se amanhã não for tão tarde e nem nossa história longa demais, volta pra me dizer bom dia com o sorriso de sempre.
(e eu te chamo de amor como se esses dias do meio nunca tivessem existido)"

Oh baby, why you like to make me cry?

"Não sei se gosto dessa ideia nova. Você me segura pelos ombros e sussurra no meu ouvido com a voz rouca algo que eu não entendo. Eu penso nos seus lábios molhados roçando minha orelha, seu hálito quente, seu perfume de banho, eu penso no que você me toca, não no que me diz (e você quase não diz). A gente sempre repete as mesmas músicas como se implorasse promessas novas, mas eu ficaria nesse momento pra sempre, deitada de olho fechado, te ouvindo respirar no meu ouvido, deixando meu coração bater na sua mão sem você ver, sentindo o contorno do seu corpo na curva do meu corpo (o mundo podia acabar agora, porque não tem nada de bom fora de casa, longe de você). Você odeia que eu te chame de baby, mas eu adoro tudo que você detesta e acho que cabe tão bem nas nossas frases, nas nossas fases, em todas as declarações que eu te fiz. Eu sei, eu só falo de amor. Mas tanta coisa se resume só nisso: a comida arrumada na despensa, o horário que as luzes da rua se acendem, a maneira como os planetas orbitam entre si e em volta do sol, tudo! é tudo tão sobre amor que eu não sei fazer de outro jeito. Baby, por que cada batida do relógio soa como hora de ir embora? Toca mais uma música triste pra gente dançar, pega meus braços, meus ombros, meus cabelos, com a delicadeza da agulha que desliza no disco pra fazer canção. (olhos molhados, peito soluçando, mais um beijo, mais uns beijos, baby). Eu não quero que você queira me deixar. Deixa o mundo acabar com a gente deitado aqui sem nunca ir embora. Me abraça, dorme e me abraça, encaixa seu abraço no meu e de manhã a gente resolve."

Coração de tinta.

"Eu fiz um poema diferente
Só pra dizer que te amo
Mais do que chocolate quente
E que nem o sono
Vai me fazer deixar de pensar
Em mil e uma maneiras de te amar."
"Nem sexo, nem cigarros. Nada preenche o vácuo que a sua voz deixou nas minhas madrugadas. Você foi o inquilino mais bem recebido pelas minhas paredes que, logo após, foram destruídas e humilhadas pela sua força demoníaca. A sua estada no meu peito foi lastimável, cruel e arrasadora. Nunca saberei dizer se sinto alívio ou saudade por ter te visto arrumando suas tralhas roubadas e indo embora, de uma vez, por mandato meu. Provavelmente os dois. Provavelmente mais saudade do que alívio. O alívio foi momentâneo porque você sugava todo o ar da minha casa e eu sempre ia parar em alguma sala de emergência. Agora sinto falta do sufoco. Você foi embora do meu peito mas continua morando no subconsciente. E me enlouquece, me deixa sem saída nenhuma porque eu não sei como te arrancar nos meus fundos. A dispensa e o porão são tão sujos e cheios de ratos, por que você fica aí? Volta pra cá, volta pra parte de verdade, pra carne viva. Eu não tenho casa e você igualmente. Qualquer beco nos abriga juntamente com nosso amor de laboratório. Ou não. (Ou realmente não. Talvez nem o mundo inteiro nos abrigue, nos caiba. Não temos noção do quão poeticamente destruidores e perigosos somos juntos. E por ter consciência dessa falta de consciência é que você não vem. Eu sou a louca, escritora. Você é o poeta observador.) Volta pra cá. Você foi o pior inquilino que eu já tive. E é por isso que eu te amo, ."